Para entender a adenomiose é importante saber que o útero tem 3 camadas: o MIOMÉTRIO (muscular), revestido externamente pelo peritônio (serosa) e internamente pelo ENDOMÉTRIO (mucosa).
No endométrio há grande quantidade de vasos sanguíneos e é lá onde o ovo (embrião) se implanta.
Durante cada ciclo menstrual os hormônios ovarianos preparam o endométrio para uma provável gravidez. Assim, o endométrio se transforma, ficando mais espesso, mais vascularizado e mais rico em glândulas. Entretanto, se o óvulo liberado não for fecundado, os estímulos hormonais cessam, e toda aquela parede espessa descama, rompendo vasos, provocando sangramento menstrual.
Na menstruação, o miométrio se contrai, ajudando a expulsar os restos do endométrio que descamou. As contrações do miométrio são a causa das cólicas menstruais.
O que é Adenomiose?
É a presença de glândulas e estroma do endométrio dentro do miométrio. Provavelmente isto ocorre pela penetração, invasão, “enraizamento” do endométrio no miométrio de forma localizada ou difusa.
Este processo é facilitado pelo avanço da idade (> 30 anos) (Pace, 2002; Ludwig, 1962); gravidez; traumatismos como, curetagem, ressecções endometriais e cesáreas. (Pace, 2001).
Independente desses fatores, pode acontecer devido a fatores genéticos, tem caráter progressivo quanto a profundidade, o que pode levar ao aparecimento ou agravamento de sintomas tais como: DISMENORRÉIA (cólica menstrual), DOR PÉLVICA (fora da menstruação), DISPAREUNIA (dor na relação sexual); aumento do fluxo menstrual. Podendo interferir com a fertilidade em alguns casos.
O diagnóstico pode ser sugerido através de achados na ultrassonografia, ressonância magnética, histerossalpingografia e histeroscopia. Porém, tem no exame histopatológico do útero retirado sua confirmação.
A Adenomiose acomete 20% das mulheres. Nessas 2/3 são sintomáticas, tem natureza benigna e regride após a menopausa, podendo ser reativada na vigência de terapia hormonal.