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Hiperplasia Endometrial

Hiperplasia EndometrialO Ciclo Menstrual

O ciclo menstrual apresenta duas fases:a primeira chamada proliferativa, que vai do final da menstruação até o dia de ovulação (rotura do folículo com liberação do óvulo). Nesta fase o ovário produz o hormônio estrogênio que prolifera o endométrio. A segunda fase, chamada secretora, se inicia após a ovulação, quando o folículo roto passa a se chamar CORPO LÚTEO, que secreta progesterona a qual age inibindo a ação proliferativa do estrógeno sob o endométrio, tornando suas glândulas secretoras. Este fato é necessário para a recepção do ovo e início da gravidez.

Hiperplasia

O estímulo constante do estrógeno sem a oposição da progesterona nos ciclos anovulatórios (sem ovulação), leva o endométrio à uma proliferação glandular excessiva, que passa a se chamar de HIPERPLASIA.

A hiperplasia persistente, pode progredir para o câncer de endométrio, isto ocorre durante os anos que antecedem a menopausa (pré -menopausa) e nas mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP), caracterizada pela falta de ovulação, desde a adolescência.

O tecido gorduroso produz estrógeno, portanto, a obesidade associada nessas duas situações clínicas citadas, intensifica a proliferação endometrial, o surgimento de hiperplasia e câncer.

A Hiperplasia passa por quatro fases: Típica simples e complexa, atípica simples e complexa (Kurman, 1985), até se transformar no câncer.

Outros fatores contribuem para este mecanismo: O tamoxifeno utilizado por mulheres com câncer de mama, terapia de reposição hormonal inadequada na pós-menopausa, a chamada menopausa tardia, quando ocorre após os 52 anos de idade e Diabetes que leva a alterações metabólicas no endométrio.

A Hiperplasia e o câncer quando surgem na pré-menopausa (25% dos casos) são associados a sangramento uterino irregular, muitas vezes excessivo.
Quando ocorre sangramento uterino na pós-menopausa, a hiperplasia e o câncer de endométrio são achados em 23,4% e 13,8% dos casos, respectivamente (Mencaglia a Multicenter Study, 1990).

A Hiperplasia e o câncer de endométrio podem ser assintomáticos (não sangram), nesses casos, a ultrassonografia mostra um espessamento de endométrio descrito como ECO ENDOMETRIAL, com espessura de 5 mm ou mais. O diagnóstico de certeza dessas duas entidades, requer comprovação histopatológica (biópsia).

A histeroscopia é o método padrão-ouro, para sob visão direta, identificar dentro do útero as áreas mais suspeitas, selecionando os locais para BIÓPSIA.
A curetagem uterina, uma vez que realiza a biópsia (retirada do tecido) às cegas, associa-se a um falso negativo (a paciente tem câncer, mas o resultado vem normal) em torno de 30% dos casos.

Mulheres com hiperplasia complexa e atípica, após a prole definida (ter os filhos desejados), devem se submeter a histerectomia (retirada o útero) como forma de prevenção, uma vez que o surgimento de câncer ocorre em 3% a 29% dos casos. Nas mulheres que apresentam o sangramento anormal na pré menopausa e em todo sangramento na pós menopausa (deve ser considerado anormal), assim como o eco endometrial espessado, devem precocemente se submeterem a histeroscopia, afim de obterem um diagnóstico inicial de câncer.

O câncer de endométrio, é diagnosticado em 70% dos casos no estágio I, ainda limitado ao útero, que adequadamente tratado, apresenta prognóstico favorável.

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